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Utopia

Nos meus últimos 40 anos de atividade como executivo, sempre me pautei pela adoção do Planejamento nas empresas onde trabalhei. Planejar, para mim, é organizar o futuro; é se antecipar aos fatos. Inadmissível famílias, empresas e o Estado, em todos os seus níveis, atuarem sem planejamento.

Hoje, vivemos esse caos sanitário por falta absurda de planejamento. Tratamos a pandemia da forma mais insana e amadora possível. Nunca o governo federal se antecipou a nenhuma providência. Nada planejou.Tal qual avestruz enfiou a cabeça na terra e deixou o vírus passear livremente pelo país. Um verdadeiro crime. Todos sabem o que ocorreu e não vou mais me estender a respeito. Somos hoje os párias do mundo. Me surgem as imagens das cavernas da idade média e nós, os brasileiros, verdadeiros portadores da lepra. Ninguém quer contato conosco.

Nestes dias, vejo a oportunidade de nos recuperar dessa nossa negra imagem.

O Instituto Butantã, essa notável organização científica, desenvolve, hoje, dois trabalhos:1) A vacina Butanvac, com o embrião viral fornecido pelo Mount Sinai, atrelado à Universidade do Texas, nos EUA; 2) O soro extraído do sangue de cavalos, que se constituirá num antídoto para quem foi afetado pelo vírus, com os mesmos princípios de vários soros produzidos pelo Instituto.

Era o momento de termos todos os vetores na mesma direção, num esforço conjunto das autoridades federais, estaduais e do Instituto para o desenvolvimento desses dois propósitos.

O Ministério da Saúde deveria estar diariamente em contato com o Butantã, para atender suias necessidades decorrentes das pesquisas, provendo-o de recursos e com contratos já assinados. A Anvisa deveria montar uma força tarefa para acompanhar diariamente o desenvolvimento dos dois antídotos, de tal sorte a, concluída a pesquisa, imediatamente autorizar seu uso, caso comprovadas as eficácias, sem perder tempo para tais providências.

Atingido tais objetivos, quem sabe já para julho teríamos os resultados disso tudo. Sairíamos da condição de párias para a de heróis da humanidade, eis que o custo dessas invenções permitiriam o uso pelos países pobres, hoje à margem das assistências necessárias. Sabemos que a luta pela vacina é internacional e nada nos garante que tenhamos as doses prometidas e já contratadas. Há no horizonte negacionismos da Índia e mesmo da China, sob a alegação da prioridade de atender seus povos primeiro. A oferta de imunizantes é muito menor do que a demanda e estaremos brevemente na luta pelos produtos, como sedentos de água em pleno deserto.

O caminho planejado é o que proponho acima para não depender de terceiros para cuidar de nossa saúde. Hoje, antevendo 5 mil mortes por dia, nenhuma esperança nos acode. Pelo menos se derivarmos pelo caminho acima exposto, quem sabe, teremos nossa salvação em torno dos 90 dias.

Ah!. desgraça. Desculpem. Eu sempre derivando pelo campo da Utopia. Como imaginar que isso possa ocorrer, justamente no dia em que o Bozo vai a Chapecó, esbravejar e negar tudo aquilo que penso. Vou morrer sem ver nenhuma das minhas utopias se tornarem realidade. O que acima sonhei, certamente não irá se concretizar. O bom da utopia é que ela não paga imposto e nos permite sonhar.



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 o MANIFESTo DE LAURO:

 

Lauro Velasco é economista formado pela FEA-USP, mas também é historiador de mão cheia, administrador, educador e auto didata em uma gama de atividades, além de um grande pensador político e social.

 

Nesse espaço iremos abordar assuntos, temas, histórias com um enfoque social e político, mas ao mesmo tempo com uma linguagem simples e fácil de ser entendida e disseminada.

 

E com  esse Manifesto iremos trazer a tona assuntos espinhosos, mas com um tempero bem brasileiro.....

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