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Socialismo, Comunismo e Ignorância

(No dia do aniversário da morte de Che Guevara, sinto-me no dever de publicar este humilde texto em sua homenagem. Ele merecia mais)

Não sei se foi o Padre Lancellotti ou o Papa Francisco que disse algo parecido com: "alguém que se preocupe em lutar pelo semelhante, tentando mudar um pouco esse mundo desigual, na busca de mais justiça econômica e social, É TAXADO DE COMUNISTA".

Quando esse comentário vem de líderes religiosos católicos, é sinal de que algo PODE estar mudando nessa vertente religiosa. A igreja católica sempre se constituiu numa barreira sólida no combate a essa vertente política iluminista, nunca por ignorância, talvez por interesses.

O catolicismo, na maioria dos tempos históricos, depois do século IV da era cristã, sempre esteve ligado aos senhores feudais dominantes, às coroas reais e ao capitalismo. Talvez porque o gênio Marx teve a indelicadeza de ser honesto, ao afirmar que toda religião era o ópio do povo, vale dizer, o escapismo para uma miséria humana conformista, com promessa de paraíso futuro compensatória das dores e sofrimentos em vida.

Os tempos parecem estar mudando um pouco, lentamente, é verdade, quando essas lideranças religiosas acusam os beneficiários desse domínio de quererem rotular os lutadores por essa igualdade de comunistas, como se o comunismo fosse um mal supremo, coisa de demônios.

Mas, afinal de contas, o que contém o socialismo e o comunismo de tão danoso para ser tão radicalmente combatido? No meu entendimento só a ignorância para uns e o interesse para outros.

Seja o socialismo ou o comunismo eles apregoam a eliminação da exploração humana pelo capitalismo. Apregoam uma busca de igualdade. Qual o mal disso?

Em verdade, os combatentes a essas forças iluministas ou são dotados de má fé, ou são ignorantes com respeito ao socialismo/comunismo. O que, afinal, é um ou outro?

O socialismo é a fase anterior ao comunismo. Ou dizendo a mesma coisa de outra maneira: o comunismo é a fase posterior do socialismo. Um, portanto, é o suceder do outro, indissociáveis entre si.

No socialismo, a sociedade é preparada lentamente para se munir de instrumentos e implantá-los, que permitam caminhar na direção da busca da igualdade. Não mais apenas como discurso, e sim como realidade prática.

No socialismo se busca a educação para todos, da melhor espécie e gratuita, de modo a todo cidadão tê-la ao alcance. Da mesma forma para a saúde e para tudo o que a vida exige do ser humano, como cultura, lazer, pleno emprego e ampla proteção social.

O comunismo é quando se atinge o ponto máximo das conquistas socialistas, entregando ao próprio povo a sua gestão. Há uma consciência tão plena que vai se eliminando o próprio Estado.

O comunismo é uma forma e ideia PLATÔNICA, como é o paraíso para as religiões, algo inimaginável e utopicamente atingível. ( a ignorância dos inimigos torna impossível este entendimento).

Impossível transmitir num texto como este o que tudo isso significa. Há que se estudar e praticar profundamente para entender d processo de construção de tudo isso.

Essa é a arma que os detentores atuais dos meios de produção e os governantes a seu dispor tanto lutam para manter esse status quo dominante. É por isso que agências como a CIA estão à disposição para destruir qualquer modelo alternativo que queira romper o que aí está.

A ideia do comunismo sempre existiu no mundo, mas tomou forma mais concreta nos últimos 200 anos.

O fracasso da União Soviética não tem a ver com a destruição dessas ideias. Esse fracasso foi apenas UMA BATALHA, vencida pelos dominadores do poder econômico mundial. Apenas isso.

Aliás, foi apenas a PRIMEIRA TENTATIVA DE CONCRETIZAÇÃO DA IDEIA DE SOCIALISMO, evidentemente contendo os vícios dessa primeira tentativa. Tão sem rumo estiveram que criaram um CAPITALISMO DE ESTADO, que nada tem a ver com o real socialismo.

A luta de construção ainda continuará, eis que não se matam sonhos. Mesmo que muitos Ches Guevaras venham a morrer, a ideia nunca nunca morrerá.



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 o MANIFESTo DE LAURO:

 

Lauro Velasco é economista formado pela FEA-USP, mas também é historiador de mão cheia, administrador, educador e auto didata em uma gama de atividades, além de um grande pensador político e social.

 

Nesse espaço iremos abordar assuntos, temas, histórias com um enfoque social e político, mas ao mesmo tempo com uma linguagem simples e fácil de ser entendida e disseminada.

 

E com  esse Manifesto iremos trazer a tona assuntos espinhosos, mas com um tempero bem brasileiro.....

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