Cuba e o Enbargo Econômico
Desde o ano de 1962, há quase 60 anos, portanto, os EUA impuseram a Cuba um embargo econômico, proibindo não apenas empresas de seu país, como do resto do mundo, de comerciar com aquela ilha rebelde. Durante esse período, entre pequenas liberações e gigantescos endurecimentos subsequentes, aquela nação oprimida se viu alijada de se relacionar comercialmente com boa parte do mundo. Para se ter uma ideia clara do que isso significa, imaginem o Brasil ficar proibido de exportar sua soja, seu suco de laranja, seu milho, seu algodão, seu café, seus automóveis, seus bens de consumo em geral, suas produções industriais, suas matérias primas, como ferro e outros minerais, suas madeiras, suas carnes bovinas e suínas, serviços em geral, enfim, tudo o que hoje compõe sua pauta de exportação para todo o mundo. Imaginem o nível de miséria, desemprego e outras desgraças decorrentes. É exatamente isso que assola o povo cubano, há quase 60 anos, nessa política fascista e desumana dos americanos. Terrível, né? Tudo isso ocorre porque aquela ilha optou por um modelo político e econômico e de vida visceralmente diferente daquele prevalecente na terra do Tio Sam. E o que é mais profundo: os gringos não podem deixar aquele modelo ser vitorioso, porque abriria portas alternativas aos alicerces de sua "livre iniciativa" e de seu capitalismo devorador insaciável, onde o resto do mundo contribui diariamente para aumento de sua riqueza e poder. Assim, esse modelo bate de frente com imensos interesses da pátria americana. Até de sua própria sobrevivência. Em Cuba, se propõe que a mais valia derivada de seu trabalhadores, seja devolvida a esses mesmo produtores, sob a forma de escolas públicas da melhor qualidade, saúde com hospitais , médicos e outros profissionais de ponta, sem custos a seu povo, um atendimento social pleno, com esportes e lazer para todos, sem desemprego, com mínimas diferenças de ganhos entre os cidadãos, vale dizer, com uma distribuição de renda a mais igualitária possível, sem castas privilegiadas. É projeto dessa sociedade socialista um viver sem amarras do lucro e da acumulação de riquezas. O aprimoramento da sociedade permitirá livrar dessas amarras. Viver e usufruir a vida será possível, sem o acúmulo de bens e riquezas, além do necessário. Não comove os guias desse projeto a liberdade de imprensa, nos moldes burgueses, porque sabem que essa liberdade é exclusiva dos donos dos jornais, rádios e TVs. Nestes países, no nosso e assemelhados, a liberdade está restrita a quem caminha na senda do dono. E produz lucro, não liberdade real. Também não comove as lideranças desses projetos socialistas a liberdade de entregar a educação de suas crianças e jovens a instituições de ensino, que estão voltadas para o lucro e para uma doutrinação condicionante comportamental dentro desses currais diversos. A escola tem de ser pública, laica, sem influência de qualquer tipo, deixando a seus alunos e mestres o desenho do ensino. Por isso tudo, os cubanos resistem. Meia dúzia deles querem resgatar a subserviência, o domínio de casta, a casa grande. Querem retornar à senzala. Querem ser desiguais. Certamente a CIA, a Agência de Inteligência Americana, está por trás disso tudo. Captando e cooptando serviçais. Como sempre esteve, em todos os golpes do mundo, pós 1950, derrubando ou inviabilizando governos que não rezam por sua cartilha. O golpe neste país, derrubando Dilma e tentando destruir o PT é ação dessa gente. Como nada posso fazer, a não ser escrever estas linhas, espero que o verdadeiro povo lutador cubano resista e mantenha o sonho de sua pátria e de sua gente. Apesar do monstro assustador, seu vizinho ao norte.
Comentários