Armagedon
No final da década de 1980, começo de 1990, a União Soviética se desfez. O sonho do socialismo de estado sucumbia.
De imediato, os países que compunham aquele bloco soviético voltaram a ter sua autonomia política. O Pacto de Varsóvia, correspondente à OTAN daquele bloco, desaparecia, não havia mais razão para existir. O mesmo DEVERIA ter ocorrido com a OTAN, pois o inimigo comum, o comunismo, lá não mais existia. Deveria, mas não foi o que ocorreu. Além de não desaparecer, contrariamente, se expandiu. Hoje são 29 países com bases da OTAN em seus territórios. Contra quem mesmo? Contra ninguém, mas apenas como fator psicológico dominante, coisas exclusivas do imperialismo. E querem mais, agora na Ucrânia.
Esses países membros da OTAN cercam a Rússia como verdadeiros cães furiosos, mostrando os dentes, em permanente ameaça a sua soberania e sobrevivência. Repete-se o reviver dos pastores cães alemães dos nazistas. Repete-se, também, a história de Cartago, quando o general romano, Cipião, o Africano, e seus centuriões não queriam APENAS destruir a cidade, mas sobre ela espargir sal para que ali não nascesse sequer a mais frágil gramínea.
A OTAN, capitaneada pelos EUA, não se acomodará, enquanto não destruir o país eslavo, aquele que, um dia foi capaz de enfrentá-lo.
O czar Vladimir Putin tem, hoje, apenas duas opções diante dos campos da Ucrânia: ou o seu urso sai com o rabo entre as pernas, numa expressão clara de capitulação, ou diz BASTA!!. E enfrenta seus inimigos.
Conhecendo o povo russo por toda sua história, não creio que se renderão, pois isso representará a secularização do domínio sobre seu povo. A sua soberania desaparecerá.
A China, já há muito tempo, percebeu o movimento geopolítico dos americanos e seus asseclas e já se colocou ao lado da Rússia, sabedora de que, se esta sucumbir, o próximo alvo será ela mesma, e os mesmos cães furiosos estarão visitando suas muralhas.
Em razão deste cenário, o mundo passa, pela primeira vez, numa possibilidade de confronto entre dois Titãs. Sabe-se que a Rússia tem um poderio nuclear superior a qualquer país do mundo. Tem, portanto, bala na agulha para assustar qualquer um. Se a insanidade prevalecer, poderemos ter um Armagedon, o fim dos tempos, onde não haverá vencedores. Parece que os EUA ainda não atentaram para a possibilidade de seu próprio desaparecimento. Talvez, portanto, nunca aprenderão que o quintal dos outros precisa ser respeitado. Não haverá o que aprender depois da sua própria destruição.
Comments