Lula e Alckmin
Lula nunca foi um radical. Menos ainda, Geraldo Alckmin. Mil e uma vezes vimos Lula abrir mão de princípios básicos de seu partido, verdadeiras cláusulas pétreas de seu Estatuto. A "Carta aos Brasileiros" na sua primeira vitória mostrou isso.
A classe dominante tinha medo que o líder trabalhista cumprisse promessas implícitas socializantes do PT. Nada disso aconteceu. Banqueiros, industriais, ruralistas e outros se fartaram de ganhar dinheiro em seus dois governos.
Humanista é o que Lula sempre foi, percebido e solidificado nos sofrimentos de sua caminhada na sua trajetória pessoal. Nada mais. Falar de Marx e das teorias históricas do socialismo com Lula talvez seja conversa jogada fora. Nada de teorização, tudo foi a prática.
Geraldo Alckmin não precisamos apresentá-lo. É quase um congregado mariano. Cara e alma de.
O que ocorre é que a sensibilidade política de ambos pode ser extremamente benéfica ao país. Seria uma aliança supra partidária SALVACIONISTA, como foi a Campanha das Diretas, na década de 1980. O propósito está acima das siglas.
Outro dia, vi uma reportagem sobre a destruição que as chuvas provocaram na Bahia e, sobretudo, em Minas Gerais. O estrago foi gigantesco. A destruição daqueles caminhos torna-se uma clara METÁFORA do país: a hecatombe que assistimos nestes últimos anos levou à destruição de quase tudo neste solo pátrio.
Há que se ter o esforço acima dos interesses partidários, para se viabilizar a reconstrução.
Ninguém melhor do que os dois para essa tentativa. Certamente teremos mais um capítulo do "paz e amor", tão a gosto de ambos.
Não é o que minha formação radical e racional desejaria. Mas é o possível, no momento, por uma razão muito simples: não há outra saída. Na vida, todos sabemos, nem tudo acontece da maneira que sonhamos.
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