Mianmar pode ser aqui
Mianmar é um país da Ásia, que teve, ao longo de sua história de país independente, a presença marcante de militares. Uma espécie de poder moderador auto investido. Se libertou do Império Britânico em 1948.
Daw Aung Suu Kyi, que teve seu pai - Aung San, um dos fundadores do país, assassinado por militares, foi eleita em 2020 presidente do país, com uma votação que beirou os 90% dos votos válidos.
Essa mulher, ao longo de sua vida, presa algumas vezes, sempre teve uma presença marcante no cenário nacional e internacional, sendo, até, contemplada com o Premio Nobel da Paz.
Os militares, históricos detentores do poder, não se conformaram com sua esmagadora vitória eleitoral, deram um golpe, depuseram a eleita e a prenderam mais uma vez. Alegaram eleições corruptas, sem mostrar nenhum fato que o comprovasse. Milicos fazendo julgamento sumário, como juízes de exceção, ao mesmo tempo.
Hoje, quando estas linhas estão sendo escritas, já há quase 300 civis mortos pelo país, por resistência ao golpe, e algumas centenas de presos. Estão em verdadeira guerra civil, exigindo a volta da eleita e a expulsão dos golpistas. Como a cabeça de milico é indecifrável, não se sabe como esse golpe terminará e qual o tamanho da montanha de mortos que será contabilizada.
Esses fatos relatados mostram o verdadeiro caráter dos militares anti democráticos diante das urnas e da democracia: um desprezo singular e histórico. Urna e voto dão urticária em gente prepotente fardada.
Tenho denunciado neste espaço a presença maciça de militares no comando de postos chaves desta república. Como reagirão, se as urnas, em 2022, os mandarem para casa e vestirem os pijamas?
Não tenho dúvidas de que Mianmar pode se repetir por aqui. Acharão corrupção nas eleições perdidas, mesmo que tudo tenha se comportado com a pureza das "Filhas de Maria". Tenho certeza disso. Os discursos do Bozo já desenham esse cenário terrível.
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