Lições
Há alguns anos atrás, o governo brasileiro fez um convênio com a OLAS - Organização Latino Americana de Saúde, um órgão assistencial ligado às Nações Unidas, para viabilizar a vinda de dezenas de milhares de médicos para assistir às desassistidas comunidades brasileiras, localizadas nos "cafundó dos Judas". Os médicos e médicas eram cubanos. Pessoas simples e sorridentes. Cheguei a conhecer um grupo desses profissionais.
A ação se explicava e justificava, na medida em que os médicos brasileiros, filhos, na sua maioria, da elite branca nacional, não se predispunha a trabalhar nessa marginália, apesar dos juramentos.
Depois veio o Golpe e com ele o "Tchau, Dilma", e o "Adeus aos médicos comunistas", usando incontáveis e falsas justificativas. Esses profissionais foram expulsos a toque de caixa de forma humilhante. As comunidades anteriormente atendidas por eles, continuam desassistidas até hoje. Ninguém dos médicos nacionais continua querendo por os pés no barro.
Aí veio a pandemia e, nestes dias, as autoridades estão caçando a laço profissionais de saúde, em grave carência. Não há mais médicos para auxiliar este país a não cair nas covas.
Terrível, né?
Não acredito em "Lei do Retorno", nem no "Olho por Olho, Dente por Dente". Tudo isso nos levaria, ao final, apenas a um mundo plenamente cego e banguela. Castigo é coisa de religião e eu sou ateu e agnóstico. Apenas sei que os facínoras deste regime que aí estão, colherão o que plantaram. Isso é lei da natureza. Pena que quem sofre é o povo, diga-se, um pouco culpado por tudo.
Para mim, fica claro que a sabedoria dos golpistas terá, ainda, um longo caminho para aprender um mínimo de humanidade. Não creio que cheguem lá com o Bozo no comando. Tropeçarão na própria estupidez, arrogância, prepotência e ignorância e cairão pelo caminho. Não mais se levantarão. A que custo?
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