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Absolutismo

Nos séculos XVII/XVIII, na França, houve um rei, Luiz XIV, que se auto proclamava: "L´Etat c´ést moi" - O Estado sou eu. Era o auge do absolutismo na Europa, quando esse rei não só se imaginava como o Rei Sol, ungido pelo próprio Deus, como tinha toda vida humana de seu reinado a ele submetido. Até que houve um regicídio, no final do século XVIII, quando a guilhotina separou a cabeça do corpo de outro rei, o também absolutista Luiz XVI. Dali para frente, esse absolutismo tendeu ao desaparecimento nas casas reais do mundo. Ontem, vimos ao vivo e em cores, uma ressurreição desse espírito absolutista. Nosso Luiz, o capitão eleito, declarou para Urbi et Orbi: Eu sou a Constituição. E repetiu para não deixar dúvidas: Eu sou a Constituição, num rasgo de absolutismo pleno e moderno. Isso mostra toda a ignorância de nosso príncipe. Ele não é a Constituição. A Constituição é um conjunto de princípios e leis, aceitas pela sociedade como um todo, que regula as relações entre cidadãos e os poderes constituídos. É a Carta Magna, à qual estamos todos a ela subordinados. Ela paira sobre toda a sociedade, está acima de tudo e de todos, inclusive sobre o ignaro chefe do Executivo. Esse príncipe está a ela submetido e não é ela própria. Em verdade, ele nem sabe o que fala. Esse príncipe estava, no domingo, no meio de uma multidão que vociferava pelo rasgo da nossa Constituição, pedindo o fechamento do Congresso e do Judiciário. Alegre e idolatrado por aquela insana multidão, nosso príncipe se satisfazia como galinha ou porco no lixo. No dia seguinte, eis que surge nosso príncipe humilde e contido, mas sem perder seu autoritarismo. Usando a linguagem da rinha de galo, parece-nos que nosso príncipe levou uma baita esporada no peito, pelos seus pares militares e "afinou" Deixaram claro a ele que exagerou e ultrapassou limites. E ai, covardemente, diz, diante de pequena platéia e diante de outra insana afirmação de um acólito: Aqui é Democracia, talkei, Não tem Golpe Nenhum. Aqui é Democracia. Afinou, acovardou. Ficou um bom aviso, inclusive aos insanos das redes sociais, saudosistas do golpe de 1964. Cometem CRIME caminhar na mesma estrada discursiva de nosso príncipe, tentando destruir nosso estado de direito.


 o MANIFESTo DE LAURO:

 

Lauro Velasco é economista formado pela FEA-USP, mas também é historiador de mão cheia, administrador, educador e auto didata em uma gama de atividades, além de um grande pensador político e social.

 

Nesse espaço iremos abordar assuntos, temas, histórias com um enfoque social e político, mas ao mesmo tempo com uma linguagem simples e fácil de ser entendida e disseminada.

 

E com  esse Manifesto iremos trazer a tona assuntos espinhosos, mas com um tempero bem brasileiro.....

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