Um Painel Econômico
Sou economista, formado pela USP há mais de 50 anos; sou pós graduado em administração de empresas pelo FGV, também de mesma longa data. Tenho mais de 60 anos de experiência profissional em empresas públicas, privadas e como consultor de empresas. Sou leitor contumaz de obras de toda a natureza, inclusive as que tratam de assuntos econômicos e literatura em geral. Não é jactância de minha parte. Relato isso para dar conhecimento a quem me lê que não sou um ser despreparado para comentar economia. Podem até não concordar com meus pontos de vista. Mas essa é outra história. Por isso, a constatação do "pibinho" de 2019 me induz a comentar a respeito. Quando grande parte do país ridicularizava Dilma pelo "pibinho" de 2015 e 2016, ninguém tinha isenção política suficiente para entender que aquele resultado decorria da SOLAPAGEM de várias origens: Aécio Neves, Eduardo Cunha, Paulo Skaff, Rede Globo, Fiesp, Federação dos Bancos, O Pato Amarelo, Sérgio Moro, a CIA de olho no Pré Sal, e várias outras figuras que bailavam com o boneco de Lula presidiário. Essa caterva formadora de opinião foram os responsáveis pelos "pibinhos" de Dilma, a Anta para aqueles íntimos. Foi uma covardia e política antinacional, que desembocou na enorme recessão e desemprego que perduram até hoje. O "pibinho" do capitão eleito é, ainda, consequência do que foi plantado naquele triste passado. Poucos se dão conta disso. Estão colhendo tudo o que inseminaram. No meu modo de entender, para que a miséria e a desgraça não exacerbem ainda mais, só há uma saída: A MAIOR PRESENÇA DO ESTADO COMO INDUTOR DO DESENVOLVIMENTO. Sei que prego no deserto, eis que a equipe econômica é avessa à presença do Estado na economia. Pura cegueira, eis que países avançados pelo mundo a fora praticam essa política. Os economistas de plantão são aqueles que tem urticária pelo Estado e seus funcionários. Creem que a iniciativa privada é a solução de todos os problemas. ILUSÃO. A empresa privada só investe quando vê perspectivas de retorno e utiliza lucros acumulados para reinvestir, ou se socorre de Bancos Públicos e privados para investir. Raramente enfiam a mão no bolso para tirar recursos privados. O cenário é o avesso de qualquer estímulo. Já não acreditam no capitão que puseram no trono e assistem a bancarrota de tudo. Ninguém de capital privado investirá nesse cenário. Então, para que esses "pibinhos" não se secularizem, há que mudar o rumo: o Estado tem que voltar a investir e induzir ao investimento. Dessa forma, BNDES, Banco do Brasil, CEF, tem que comparecer como agentes financiadores de obras e equipamentos. Assim a Petrobrás tem que voltar a investir; tem-se que resgatar a Indústria Naval; há que se construir Usinas Hidroelétricas pelo país afora; há que se retomar a canalização e manutenção do Rio São Francisco; tem-se que ressuscitar as empreiteiras para que trabalhem em restauração e construção de novas ferrovias, bem como manutenção de estradas; tem-se que construir milhões de casas para o abrigo do povo. O resultado será o retorno da confiança. Poderíamos ficar horas relacionando tudo o que o Estado pode fazer para nos tirar da indigência em que estamos. Recursos? São fartos, não apenas no país, como no exterior. O endividamento não é salutar quando financia despesas, o que não é o caso, pois nas questões acima estaremos criando riqueza nacional, que desembocará em melhores níveis e mais massas salariais, daí decorrendo maior geração de impostos que sustentarão esse endividamento, dando-lhe retorno. Todos os efeitos colaterais vão na direção do círculo virtuoso, inclusive nas exportações que gerarão fundos para pagar o mesmo endividamento nacional e internacional. É só ter visão e coragem para adotar tal política. Isso está em falta nos eunucos de plantão e geradores do atual "pibinho".