É necessário não esquecer
O presente artigo é escrito para deixar documentada toda a tragédia ocorrida neste país, desde 2015, para que nunca se esqueça, no futuro, o papel de cada ator nessa nossa desgraça. Tudo começou com o Mensalão, um rótulo criado para o Caixa 2 de campanhas eleitorais. O nome Mensalão tem uma razão psicológica , na medida em que manifesta um propósito explícito de comprar votos de supostos aliados. Mas, em realidade, era Caixa 2 de campanha eleitoral para suprir partidos menores, incompetentes para sustentar suas próprias campanhas, e, assim, viabilizar uma base parlamentar para viabilizar a gestão governamental. A prática desse Caixa 2, ainda não batizado de Mensalão, era mais velha, neste país, do que o Matusalém bíblico. Foi, no entanto, argumento para destruir APENAS UM PARTIDO, embora todos saibam que a prática era toda generalizada e documentada para TODOS os partidos do cenário nacional. Criou-se um teatro e nele a Petrobrás e as empreiteiras surgem como LAMA e Sérgio Moro como suposto MATERIAL DE LIMPEZA. O que foi feito, recentemente, e que deveria ter sido feito há 5 anos atrás, vale dizer, criar verba orçamentária para campanhas eleitorais, eliminaria, pela raiz, o Caixa 2, ou o Mensalão. Hoje, quem paga a campanha eleitoral somos nós, os cidadãos contribuintes. O que era Caixa 2 moralizou-se e virou Caixa 1; ao invés do dinheiro sair do caixa de empresas privadas, sai do orçamento público nacional. CINISMO PURO. O Mensalão ou Caixa 2 desencadeou um apocalipse neste país, numa sequência de mentiras e desastres, que culminaram com a eleição do capitão despreparado e raivoso, mas não terminou ainda e, pelo que parece, está longe de cessar. O primeiro grande efeito do Caixa 2, batizada de Mensalão, foi a tentativa de destruir um Partido Político. Hoje, não sei mais se conseguiram, tantas inverdades deram sustentação ao propósito. O segundo e pior grande efeito foi a destruição de todas as grandes empreiteiras nacionais, grandes empregadoras de toda mão de obra qualificada e primária. Os raivosos anti petistas conseguiram afundar o que de melhor existia de tecnologia e empregabilidade no país. Nesse momento, nasceu a crise econômica, COM EFEITO CASCATA. Não sei se meus leitores estão informados, mas há mais de 4 anos não se contrata uma GRANDE OBRA no país, com única exceção feita a uma linha do metrô de São Paulo, licitação vencida por uma EMPRESA ESPANHOLA. A crise brasileira tem pai e mãe bem definidos - o inconformismo pela derrota eleitoral pelos senhores da Casa Grande e a suposição de que tudo voltaria ao normal com o tempo. Passava, nesse interim, pelo mapeamento do poder daquele partido. Aí se arrebentaram. Nada disso aconteceu. O desemprego era de 5,50% em 2010 e chegou até 12% em 2019, estando, atualmente, em 11,20%. E não há nenhuma indicação de recuo. Esses atores reacionários são, assim, responsáveis pela crise econômica, embora façam uma força enorme para debitá-la ao partido debilitado, apeado do poder, mas não destruído. Quem entende os fatos e sabe analisá-los sabe disso. O desemprego gera menos renda, menos consumo de tudo, menor atividade econômica, menos receita de impostos, menos capacidade de investimentos públicos. Tudo vai na banguela, em direção ao precipício. Parar essa carreta, nem Hércules conseguiria. É uma simples razão de CAUSA E EFEITO - EFEITO E NOVA CAUSA. Ambos se realimentando, sem nenhum horizonte de romper esse círculo vicioso. Assim vemos que não há política de obras públicas, todas as empreiteiras nocauteadas, sem geração de empregos. Só resta concluir que a crise brasileira está longe de ser superada. As indústrias que o digam. Tudo isso para destruir um Partido Político e colocar no trono uma bunda gorda de oportunistas. E nem sabem se destruíram realmente aquele partido alvo, ou o fortaleceram.
