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A ONU e o Sorriso

Logo depois da Primeira Guerra Mundial, foi criada a LIGA DAS NAÇÕES, com o fim específico de se instituir um foro de entendimento entre os povos e tentar impedir a repetição das barbáries constatadas naquela guerra, coisas dantescas nunca vistas até então. Fracassou esse intento por algumas razões: impuseram à Alemanha derrotada um ônus de guerra impossível de cumprir, humilhando-a e obrigando-a a pagar compensações impagáveis aos vencedores, perpetuando a miséria na terra dos vencidos; os vencedores impuseram o desmembramento de impérios, como o Austro Húngaro e o Otomano, fatos jamais digeridos por aquelas nações; e, por fim, o Congresso Norte Americano não aprovou os termos do Tratado de Versailles. mesmo elaborado com a participação de seu presidente, Wilson, que impunha essas condições, eis que a terra do Tio Sam não queria limitações no seu sonho imperialista. Dizem os historiadores que a Segunda Guerra Mundial nasceu no mesmo dia em que esse Tratado de Versailles foi assinado na Sala dos Espelhos, no Castelo de mesmo nome, próximo de Paris. Depois do término da Segunda Guerra Mundial, diante das nações vencedoras de um lado e das nações vencidas do outro, a quem foram imputadas a paz cartaginense, ou seja, sem qualquer possibilidade de dar aos vencidos qualquer chance de reivindicações mínimas, foi criada a ONU. Apesar de toda a barbárie extrema que se viu na Segunda Guerra, maior do que na Primeira, houve a sabedoria mínima de permitir que vencidos e vencedores partilhassem o mesmo foro na união de nações. Assim, a ONU foi criada para, entre outras finalidades, permitir aos países do planeta um palco onde se instituiu uma forma mínima de entendimento, procurando evitar, mais uma vez, o dolorido confronto entre os povos. Alí se criou esse foro em busca de soluções, de evitar conflitos e mortes. Exatamente por isso, nos últimos 75 anos, o mundo só teve guerras localizadas, e quase todas as existentes com a presença imperial dos EUA. Por esse motivo, os discursos na ONU devem ter, todos eles, como pano de fundo, o espírito de comunhão, de compreensão, anti raivosos, de busca de empatia entre os povos. Sei que nunca assim acontece, mas deveria ser assim. Na síntese, a ONU passou a vigorar como um embrião de um governo mundial, onde os irmãos da família planetária buscam identidades, eliminação de conflitos, busca de ajudas, nunca de confronto e exclusão, sempre com um horizonte do avanço de toda a humanidade, e em todos os campos. As nações maduras já compreenderam isso, mesmo que, na prática, nem tudo funcione assim. O discurso do capitão eleito na ONU foi uma sequência de inverdades, de manifestação de ódio, de um chauvinismo fora de moda, em busca de confronto, de rejeição de ajuda e compreensão, enfim, de um isolacionismo político, próprio de um primata. Não houve um sorriso desse homem, durante todo o discurso, mesmo falando de um povo hospitaleiro, como se toda aquela platéia fosse composta por bárbaros inimigos. Até seus olhos estavam semi cerrados, como se nada quisesse ver ou interessar-se compreender. Não houve OLHO NO OLHO, numa busca de mínima empatia. A antítese da diplomacia, do espírito de aproximação. Bem próximo ou idêntico ao espírito da caserna, de onde ele veio. Esse é o perigo de militares no poder: inexiste a ginga diplomática, só a força bruta. Assim, o mundo conheceu nosso drama e deve estar sentindo pena desta pátria amada gentil, chamada Brasil.

 o MANIFESTo DE LAURO:

 

Lauro Velasco é economista formado pela FEA-USP, mas também é historiador de mão cheia, administrador, educador e auto didata em uma gama de atividades, além de um grande pensador político e social.

 

Nesse espaço iremos abordar assuntos, temas, histórias com um enfoque social e político, mas ao mesmo tempo com uma linguagem simples e fácil de ser entendida e disseminada.

 

E com  esse Manifesto iremos trazer a tona assuntos espinhosos, mas com um tempero bem brasileiro.....

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