Os Liberais
Os liberais existem no mundo político e econômico, com esse rótulo, desde o século XVIII. O primeiro grande liberal econômico foi Adam Smith, economista escocês, autor do livro Riqueza das Nações, verdadeira bíblia da economia liberal, onde já se assegurava que o mercado era o grande regulador de tudo. Foi grande mestre até para Marx, aquele, o comunista. Os liberais tiveram seus momentos de glória e de obscuridade, dependendo dos humores das economias mundiais. Houve, sempre, uma regra estabelecida, que assegurava: onde as políticas socializantes existissem, o liberalismo não encontrava espaço. Durante Franklin D. Roosevelt, mesmo nos EUA, o liberalismo não teve vez. O Estado se fez presente e salvou seu povo da miséria. Os grandes expoentes do liberalismo no século XX foram o economista e monetarista Milton Friedman, a Primeira Ministra Inglesa, Margareth Thacher e o Presidente Norte Americano, Ronald Reagan, o cauboy. Para todos eles, o Estado tinha que ser mínimo. Tudo o possível deveria ser privado. O resto dos liberais do mundo era perfumaria, inclusive nossos economistas, bebedores em fonte alheia. Este país sempre teve suas raízes liberais, mesmo quando, paradoxalmente, era escravocrata, entendendo, nesse caso, como liberal aquele que tem o Estado para servi-lo, em atender seus interesses. Quando algum risco houve de romper o liberalismo neste país, o pau comeu e a "ordem" secular vigente foi restabelecida, com algumas mortes registradas. Regime nacional rotulado de social democrata, com um sociólogo à frente, em verdade foi grande liberal e privatizador. Lula foi eleito, depois de várias derrotas, porque, na missa de domingo, se comprometeu a rezar o catecismo na forma e conteúdo históricos liberais com a "Carta aos Brasileiros", por ele e por José Dirceu elaborada. Era a forma de garantir a "pax romana". Assegurava a continuação da serventia à casa grande. Minha revolta expressei em livro por mim escrito, Restauração, um desabafo político. Durante Lula, nunca as empresas industriais e de serviços, os bancos, o setor pecuário e o agrícola ganharam tanto dinheiro. Paradoxalmente, os ditos anti liberais nunca foram tão liberais, até o segundo governo Dilma, deixando apenas migalhas aos desfavorecidos. Aí rompeu-se o acordo de forma dramática. O liberalismo pleno precisava ser restabelecido. O resto foi cenário de golpe, nada mais, para o propósito liberal final. Hoje os liberais estão no poder, com tudo o que tem direito. Não se iludam: o rompimento com Cuba, Venezuela e o congelamento de relações com os demais países assemelhados são faces dessa moeda liberal. A destruição gradativa da Amazônia, com o desmatamento criminoso liberado aos "parças", a política de armas, o falecimento escandaloso da educação e da saúde, o crescimento da saúde privada, uma mina de ouro, a privatização da BR Distribuidora, Transpetro e o mesmo discurso visando a Petrobrás, entregando a terceiros o gás nacional e outras grandes riquezas minerais, o reforço militar em quadros decisórios, a liberação de agro tóxicos proibidos em outros países, a reforma descabida, tresloucada da previdência, na forma ora conduzida, o discurso da reforma trabalhista com supressão de direitos já conquistados, e da reforma tributária que virá, o alinhamento automático com os EUA e outros liberais mundiais, como o Estado de Israel, isso e mais algumas coisas são facetas de um liberalismo insano. Tem tudo a ver. Diminuir o Estado e entregá-lo às hienas, com claro propósito de maximizar lucros e minimizar custos, mesmo que isso incorra no plantio da miséria e de doenças, esse é o farol desse liberalismo. Pensamos que tudo isso fossem coisas do passado, mas estão mais vivas do que nuca Com certeza, falharão em seus propósitos, porque o garrote vil aplicado ao povo será tamanho que não apenas os gritos de revolta ecoarão, mas a força desse mesmo povo os apeará do poder. É só uma questão de tempo. LIBERALISMO E JUSTIÇA SOCIAL SÃO INCOMPATÍVEIS