O Filho
Renée Descartes, em seu livro "O Discurso do Método", dizia que o BOM SENSO era a qualidade mais bem distribuída no mundo dos humanos. Se alguém perguntar de chofre a qualquer pessoa: você tem bom senso? De pronto ela responderia, quase ofendida: claro que tenho bom senso. Ledo engano. De pensar morreu um burro. Histórias e ditados ao lado, com certeza o capitão eleito careceu do mínimo bom senso ao indicar seu filho para aprovação no cargo de embaixador nos EUA. Com as qualidades de fritador de hamburguer e participante de curso de férias no Colorado e em Maine, dois estados turísticos daqueles país, com certeza suas qualidades não chegam ao mínimo patamar de competência de qualquer natureza para encarar aquele cargo. Ah! ele fala inglês. Até eu, minha filha e minha neta arranhamos para o gasto o inglês. Qualquer menino do Brooklin, em Nova York, fala inglês. Conclui-se que não é suficiente. Os analistas comprometidos fazem uma força para afirmar que não é nepotismo(nomear parentes), mas, com certeza, é despotismo (impor a vontade de forma arbitrária) o ato do capitão eleito. Analisando a história dos últimos 50/60 anos, lembro-me de apenas 3 embaixadores ocupantes desse cargo ou assemelhados, que não transitaram pelo Instituto Rio Branco, a escola de formação de embaixadores. Foram eles: Walter Moreira Salles, banqueiro, que bem soube vender nosso país aos americanos, Assis Chateaubriand, jornalista dono dos Diários Associados, cujo único grande feito foi presentear a rainha Elizabeth da Inglaterra com um fantástico e valiosíssimo diamante e, finalmente, o prof. Delfim Neto, premiado com a embaixada de Paris, como prêmio para ser afastado da vida do general Geisel, que não o tolerava. Fora disso, não me lembro de ninguém mais. O absurdo é que, além de figura inexpressiva, sob qualquer ângulo, o filho do capitão eleito tem pouco mais de 30 anos, com uma minúscula experiência de vida acumulada, e da pior espécie, muito distante daquilo que se faz necessário para tão maiúsculo cargo. Nossos diplomatas, que por ali estiveram, são figuras densas em cultura, saber e experiências passadas, independente das ideologias. Meu ex professor Delfim, dizíamos seus alunos, das coisa que menos sabia era sobre economia (risos). Tinha e tem uma cultura geral imensa, sendo um leitor voraz de todo tipo de livros. Pode-se dele discordar, mas nunca negar seu grau cultural. É inacreditável o que nos mostra e nos impõem esse capitão eleito. Se os generais que o cercam, não colocarem uma camisa força no indômito milico, não sei o que irá ocorrer, porque o Senado não tenho certeza se terá coragem (isso para não falar um palavrão) para impedir a consumação do despotismo.