Odebrecht
Foi noticiado, nos últimos dias, a recuperação judicial da Construtora Odebrecht. A recuperação judicial de uma empresa é a UTI num hospital de pacientes gravemente doentes, a exemplo dos humanos. Não há, de minha parte, nenhuma intenção de defender essa e outras empresas, que fizeram parte do esgoto da corrupção, diga-se de passagem, desde tempos imemoriais neste país. Ao contrário. Tenho convicção de que todos seus quadros diretivos e controladores acionários deveriam ser penalizados. A forma utilizada, contudo, é que foi gravemente equivocada. Essas empresas, para o bem e para o mal, empregavam milhões de trabalhadores, diretos e indiretos; detinham uma extraordinária tecnologia de fazer inveja às concorrentes mundiais, com obras espalhadas pelo planeta; eram geradoras de gigantescas riquezas, em termos de consumos, impostos e todos os demais efeitos econômicos. A grande verdade é que para destruir um partido político e sua liderança - principal objetivo, o ataque a essas empresas se fez estratégica. As empreiteiras serviam ao propósito de acabar com aquele partido. Destruíram ambos, as empreiteiras e o partido político escolhido. Esse foi o grande crime cometido, a forma açodada de tentar penalizar um, deixando ambos na UTI. Essas empresas, claramente estratégicas, deveriam ter sofrido um processo diferenciado de intervenção do poder público, de tal sorte que se garantisse sua continuidade plena operacional. Essa intervenção não só afastaria seus diretores e acionistas provisoriamente, permitindo um saneamento completo, inclusive sob o aspecto ético, facilitando recuperação de valores envolvidos na corrupção e nunca permitindo suas quebras. Grande parte do desemprego dos 13,4 milhões de trabalhadores é resultado dessa forma intempestiva de penalizar essas empresas. E não tenham dúvidas a respeito, a diminuição da atividade econômica, como um todo neste país, tem tudo a ver com a crise iniciada no setor de serviços em obras públicas, desde o início da Lava Jato, provocando, num crescendo, num efeito cascata, a disparada do desemprego. O remédio utilizado deixou não só o paciente moribundo, como o país.. Bem, nada mais há a ser feito. O mal está consumado. Resta começar quase do zero. Mas, para muitos, o objetivo foi conseguido: aquele partido também está na UTI, tal qual as empreiteiras. E, por consequência, também o país está gravemente enfermo, respirando por aparelhos. . Crédito a todos que conduziram o golpe, onde Moro, Bolsonaro, Aécio, Cunha e outros oportunistas surgem, ainda não sei se como coveiros ou bruxos, se utilizando de farsas e de falsas bandeiras.