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O Batismo de Sangue

Há poucos dias, revi o filme nacional, cujo título é o mesmo que encima este texto. Esse filme deixa bem claro o entendimento exteriorizado pelo papa Francisco, quando ele afirma que, caso Jesus vivesse em nossa época, ele seria comunista. O filme retrata o episódio da conexão dos freis dominicanos com a esquerda na época e a prisão e tortura desses religiosos, fisicamente centrados no Convento das Perdizes, ao lado da igreja de São Domingos, na rua Caiuby. As figuras de Frei Beto, Frei Tito, Frei Josafá e outros estiveram no centro desses episódios. Lembro-me bem de um semanário publicado por frei Josafá, cujo título era " Brasil Urgente", do qual fui assinante, enquanto existiu, que se tornou o único veículo de imprensa da esquerda, nos idos de 1970 a 1973. Esses domicanos foram presos e barbaramente torturados no DOI-CODI, pelo inesquecível demônio, o delegado Fleury. Frei Tito foi um dos presos políticos libertados compulsoriamente, em troca da libertação do embaixador suíço, preso pela luta armada. Frei Tito rodou pelo Chile, Roma, onde não se ajustava, indo parar em Paris, onde se suicidou, por nunca ter se libertado efetivamente dos traumas da tortura. O filme mostra, tristemente, esse drama humano. Frei Beto anda por aí e Frei Josafá, bem velhinho, o encontrei, um dia, num teatro, assistindo uma peça, que se reportava à tortura. Homens como esses e outros mais, como D. Pedro Casaldáliga, bispo de São Félix do Araguaia, D. Helder Câmara, Leonardo Boff, D. Paulo Evaristo Arns, além de alguns históricos lutadores, como os Jesuítas das Missões, nos séculos XVII e XVIII, são provas vivas de que, numa historicamente conservadora igreja, há lugar para pensadores como o papa Francisco. Todos eles conseguiram se libertar do ranço de rejeição ao socialismo, ao entender que essa doutrina busca exatamente aquilo que o Nazareno pregava: a igualdade, na medida do possível e a fraternidade com regra de convívio social. Nos dias de escuridão atual, estes religiosos, que estejam vivos, são raro e pequeno exército no resgate de alguma esperança. Continuam limpos e com o mesmo espírito de luta, apesar de tudo por que passaram.

 o MANIFESTo DE LAURO:

 

Lauro Velasco é economista formado pela FEA-USP, mas também é historiador de mão cheia, administrador, educador e auto didata em uma gama de atividades, além de um grande pensador político e social.

 

Nesse espaço iremos abordar assuntos, temas, histórias com um enfoque social e político, mas ao mesmo tempo com uma linguagem simples e fácil de ser entendida e disseminada.

 

E com  esse Manifesto iremos trazer a tona assuntos espinhosos, mas com um tempero bem brasileiro.....

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