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A Criminalização do Comunismo

Há um projeto de lei em trâmite no Congresso Nacional, de autoria do deputado Eduardo Bolsonaro, filho do capitão eleito, que advoga a criminalização de seguidores da ideologia comunista. Já há uma pesquisa a respeito que mostra 167mil votos a favor e 167,7 votos contra. Esse fato mostra, com muita clareza, o obscurantismo desses eleitos. O comunismo sempre existiu no imaginário humano, na medida em que sempre se defendeu uma ideia de igualdade e fraternidade entre os humanos. Nesta humanidade quem poderia ser contra a ideia cristã de igualdade e fraternidade entre seus membros? Somente aqueles que não querem ser iguais e não querem ser fraternos. Dirão que essa ideia é platônica, é inviável, não cabe no espírito humano. Talvez seja até verdade, assim como a ideia de paraíso, reencarnação e nirvana. A ideia de democracia plena também é uma enorme utopia. A primeira grande manifestação de algo assemelhado às ideias comunistas, surgiram com os apóstolos seguidores do Nazareno. Muito tempo depois, surgem ideias comunistas na Revolução burguesa de 1650, na Inglaterra, onde os levellers, camponeses sem terra, enfrentaram as tropas de Cromwuell. (levellers quer dizer niveladores, ou seja, aqueles que pleiteavam o sentido pleno da igualdade, humanos de mesmo nível). A outra grande manifestação comunizante foi durante a Revolução Francesa, como bandeira dos jacobinos de Robespierre e dos Sans Cullotes de Graco Babeuf. Só depois veio Marx e Engels tentando dar forma ao comunismo, demonstrando as razões e cientificamente comprovando a exploração humana do capitalismo nascente. Depois de muita água ter passado debaixo da ponte, surge o primeiro país socialista, resultado da fusão de vários estados, reunidos sob o rótulo da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas - a URSS. Apesar de todas as dificuldades e desvios da experiência soviética, houve notórios avanços dos comunistas. Para se ter uma ideia, enquanto os países capitalistas amargavam uma enorme crise, decorrente da quebra de Bolsas em 1929, a URSS cresceu assustadoramente na década de 1930/1940, havendo anos em que o crescimento econômico foi de 22% ao ano. O terror dos países capitalistas foi tanto que todos, depois da guerra, trataram de se unir para destruir o fantasma comunista, que assumia proporções catastróficas. O Plano Marshall reconstruiu os países capitalistas; a URSS teve que se reerguer sozinha, depois de ter sido o país mais destruído pela guerra. A Guerra Fria foi decorrência disso tudo, com objetivo explícito de destruir o inimigo comunista. Conseguiram. O comunismo faliu, em função de seus próprios erros, mas, sobretudo em função da inacabável guerra de várias nações capitalistas de todo o mundo contra a URSS. No entanto, para quem não é cego e deseja fazer uma análise profunda da história, chegará à conclusão que toda evolução econômica, política e social de todos os países se deram em razão da constante disputa liberalismo/comunismo. Em verdade, os capitalistas adotaram a filosofia que melhor perder os anéis do que os dedos, cedendo dentro dos limites de seus interesses. Ao longo da história econômica e política do século XX o que se viu foram conquistas trabalhistas, políticas e sociais, como decorrência dessa luta de classes, encabeçada por socialistas e comunistas. Nada veio de graça. Querer criminalizar o comunismo é mais ou menos atuar como fez a Igreja Católica durante toda a Idade Média, condenando mulheres como bruxas, cientistas e iluministas, que confrontaram as ideias imutáveis dos papas. Perde-se a noção básica da dialética de ideias. Se fossiliza o diálogo, ou melhor, morre o contraditório. Cegueira nos espera, caso aprovado o mencionado projeto de lei, de autoria do arauto da democracia vesga ou manca, circunstancialmente filho do capitão eleito.


 o MANIFESTo DE LAURO:

 

Lauro Velasco é economista formado pela FEA-USP, mas também é historiador de mão cheia, administrador, educador e auto didata em uma gama de atividades, além de um grande pensador político e social.

 

Nesse espaço iremos abordar assuntos, temas, histórias com um enfoque social e político, mas ao mesmo tempo com uma linguagem simples e fácil de ser entendida e disseminada.

 

E com  esse Manifesto iremos trazer a tona assuntos espinhosos, mas com um tempero bem brasileiro.....

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