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A Diáspora Judaica

O povo judeu, em sua história, teve várias diásporas. As duas mais importantes foram a expulsão da Babilônia, hoje Iraque, pelo seu rei Nabucodonosor e a outra por ocasião da segunda destruição de Jerusalém, pelo comandante Tito, dos sanguinários e brutais centuriões romanos, no ano 70 D.C.

Depois dessa segunda destruição de Jerusalém, as 12 tribos judaicas se espalharam pelo mundo, na Europa, na Eurásia, na Ásia, na África e no próprio Oriente Médio. No antigo território quase todo destruído, poucos judeus permaneceram.

Nos diversos países onde os judeus se estabeleceram depois dessa diáspora, eram melhor protegidos, não perseguidos, em países islâmicos, iranianos, antigos persas, e nos países do norte do continente africano. Na Europa e na Eurásia, mercê do atraso comportamental das cabeças cristãs, esse povo era considerado deicida, aquele que matou um Deus, e, por isso, perseguido incansavelmente até o século XX.

Na senda do bezerro de ouro, eram grandes comerciantes e acumuladores de riquezas. Assim passaram para a história e literatura.

A libertação de direito e de fato dos judeus começou com a Revolução Francesa de 1789, quando esse povo passou a assumir plenamente um arremedo de cidadania, ainda que de apátrida, mas com identidade própria. No século XIX, o povo judeu saiu de seu casulo histórico e evoluíram enormemente como cidadãos do mundo, face às riquezas que detinham e prestígios acumulados em várias áreas da cultura e da ciência humanas.

A Europa em geral, e a França em particular ( e não a Alemanha, como se imagina), ainda discriminavam os judeus, a ponto desse povo começar a invocar o espírito do sionismo, colocando como meta o retorno à Palestina, quase dois mil anos após sua fuga de lá. Quem já leu “O Caso Dreyfus”, ocorrido no final do século XIX, na França, sabe do que estou falando.

Com o advento da segunda guerra mundial e o holocausto de vários povos, entre eles os judeus, boa parte da sociedade mundial se penalizou com o destino desses mártires judeus (os outros não foram contemplados), mesmo porque, nessa época, esse povo já se fazia muito importante no domínio econômico e financeiro mundiais.

O nascimento de Israel na ONU, presidida pelo brasileiro Osvaldo Aranha, foi um gesto de reconhecimento do “mea culpa”, em relação àquele povo, o que, aliás, não era culpa de ninguém, a não ser da irracionalidade e desumanidade dos nazistas. Havia de se compensá-los, como se sofrimento de um povo fosse passível de contra partida.

Aí o mundo cometeu outra barbárie, fazendo mesuras com chapéu alheio. Estabeleceram Israel, onde ele nada mais tinha de raízes, porque, ele próprio, havia abandonado suas casas e sua história naquele local, quase dois mil anos antes. A implantação de Israel, naquele sítio, assanhou os radicais judeus no resgate do sonho do Grande Israel, a terra prometida, uma tara sonhada desde Moisés.

A primeiro grande passo nessa direção de resgate dessa sonhada grandeza foi se aninhar nos braços dos USA, que passou a considerar Israel como mais um estado em sua federação. Adotaram os judeus como filhos de sua pátria, até porque isso interessava, eis que muitos deles já estavam em Wall Street.

A inconformidade árabe, particularmente a palestina, que foram expulsos de suas casas, com suas revoltas e lutas, deram falsa argumentação aos judeus para processarem esse domínio para sempre, com armas, tanques e canhões.

O cenário é, atualmente, tão grave que nenhum horizonte de solução aparece. O único passo que a comunidade mundial poderá fazer para tentar desatar esse nó e desfazer parcialmente o equívoco cometido, é reconhecer e decretar um regime israelense como de apartheid, com relação aos palestinos, como fizeram na África do Sul, pré Mandela, com os negros, e essa comunidade mundial romper totalmente relações de qualquer natureza com Israel, até que o Estado Palestino seja efetivamente implantado e reconhecido.

Assim, se consertará um pouco do mal já feito a esse povo palestino, hoje humilhado e ofendido.

Enquanto isso não ocorre, assistiremos apenas outro holocausto, outra covardia, com a morte de mais atiradores de pedras, diante das armas da última geração. Estranha a história da humanidade, muito estranha, quase desumanidade: a vítima de ontem se transformando no verdugo de hoje.

 o MANIFESTo DE LAURO:

 

Lauro Velasco é economista formado pela FEA-USP, mas também é historiador de mão cheia, administrador, educador e auto didata em uma gama de atividades, além de um grande pensador político e social.

 

Nesse espaço iremos abordar assuntos, temas, histórias com um enfoque social e político, mas ao mesmo tempo com uma linguagem simples e fácil de ser entendida e disseminada.

 

E com  esse Manifesto iremos trazer a tona assuntos espinhosos, mas com um tempero bem brasileiro.....

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