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Exército assume segurança no Rio

Eis aí a manchete do Estadão de 17 de fevereiro corrente.Este é, realmente, um país sem a cabeça no lugar. Não há nenhuma lógica operacional nessa atitude, a não ser que o objetivo seja outro, tal como uma ação cautelar, caso a população cumpra sua promessa de descer o morro, na hipótese da prisão de um certo ex-presidente, líder trabalhista. Ou o pretexto para fugir da vergonha do governo federal com a prevista não aprovação da reforma previdenciária, o que acho muito positivo, diante desse congresso elitista, corrupto, golpista, patronal, sem a mínima condição para tal tarefa.Assim, o Exército cumpriria simplesmente outra missão anti democrática, ou serviria unicamente de massa de manobra.O combate à violência e ao tráfico de drogas é uma apenas uma ponta do iceberg, encoberta ainda de seus verdadeiros desígnios. A verdade é que o objetivo declarado não será atingido, pois uma sociedade doente, tal qual um organismo com infecção generalizada, não se combate com armas. Quando existe essa doença terminal, pode-se socorrer do maior especialista médico, que não conseguirá estancar e extirpar esse mal.O problema da violência no Rio, bem como no resto do país, é o EFEITO DANOSO de uma CAUSA sócio econômica chamada MISÉRIA. E isso o Exército jamais conseguirá resolver. Raízes profundas e históricas alimentam essa miséria.Diga-se, com certeza, que a miséria cria uma LINHA DA VIDA em suas vítimas, onde os valores do bom caráter são impossíveis de existir. Nenhum ser humano, que só tenha vivido na miséria, com todas as diversas faces, a material, a social e a miséria econômica, conseguirá entregar à sociedade o que não recebeu, tais como educação, saúde, lazer, cidadania, solidariedade, atenção dos governantes, carinho e outros valores construtivos dessa sociedade humana. Entregarão apenas os efeitos dessa sociedade disforme.Fico imaginando alguns soldados desse nosso Exército serem executados nesses morros e favelas, aguçando ódios de classe, e se presenciar uma revanche interminável, como ocorreu na batalha de Canudos, na Guerra do Paraguai, no golpe de Getúlio, no golpe de 1964, e outros momentos de obscurantismo da sociedade tupiniquim.Será, mais uma vez, sujar as mãos de sangue de uma instituição militar, expondo-a ao julgamento da história, sem, na realidade, solucionar o problema social e da violência.Bala não se resolve com bala, o velho olho por olho, dente por dente. Acabaremos todos cegos e banguelos.O caminho da solução é outro, não esse. Deveriam ter deixado o Exército em seu lugar, como todas as demais armas militares nacionais: eles não são detentores de qualquer racionalidade humana para agir nesse cenário. Para a solução, o caminho é muito, muito, muito longo e sofrido, mas passa, inexoravelmente, pela mudança radical do quadro político e social deste país.Hoje, não se vê nem vontade, nem legitimidade política para se caminhar nessa direção. Pobre país.

 o MANIFESTo DE LAURO:

 

Lauro Velasco é economista formado pela FEA-USP, mas também é historiador de mão cheia, administrador, educador e auto didata em uma gama de atividades, além de um grande pensador político e social.

 

Nesse espaço iremos abordar assuntos, temas, histórias com um enfoque social e político, mas ao mesmo tempo com uma linguagem simples e fácil de ser entendida e disseminada.

 

E com  esse Manifesto iremos trazer a tona assuntos espinhosos, mas com um tempero bem brasileiro.....

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