Neo Liberalismo
O neo liberalismo é uma doutrina de natureza política e econômica que prega a existência de um estado mínimo, com pouca ou nenhuma intervenção em todos os negócios de um país. Para eles, o Estado é um estorvo, um entrave, um atraso nas relações entre os agentes econômicos e sociais. Deve, nesse tipo de Estado, prevalecer fortemente a regra do mercado. Apesar de pregado com ênfase por economistas e políticos liberais em todos os continentes, a realidade é que o neo liberalismo radical implantado em alguns países, trouxe sérios desequilíbrios fiscais e sociais, voltando-se atrás em todos eles. Chegaram à conclusão que o neo liberalismo pleno é, também, uma utopia, e que o Estado, na dimensão que seja, precisa estar presente nas atividades econômicas e sociais. O mercado não resolve tudo. Exemplos de Ronald Reagan e Margareth Thacher comprovaram isso. Nos Estados Unidos, nunca houve um neo liberalismo pleno e de fato, apesar de grande parte de seus economistas e monetaristas o apregoarem. Se o neo liberalismo tivesse seu caminho aberto sem restrições nos EUA, muito pouco restaria de sua indústria e de todo seu setor agropecuário. Muitos outros países ao redor do mundo conseguiriam colocar seus produtos no território americano a preços muito abaixo daqueles praticados por aquele país. A China, a Coréia, o Japão, a Índia e mesmo o Brasil colocariam produtos lá dentro que arrasariam a economia daquele país. Um exemplo clássico na relação Brasil x EUA está na comercialização do suco de laranja. Há, ainda hoje, uma sobretaxa de US$ 500,00 por tonelada de suco exportado por nosso país para criar uma certa paridade entre os nossos preços com os deles. Todas as demais economias importantes do planeta enterrariam a indústria, o comércio e os serviços na terra do Tio Sam, se não houvesse protecionismo. O mesmo fenômeno ocorreria com os países da zona do Euro. Exportações de soja, carne, frangos, leite, minérios e outros, principalmente os de origem agropecuária, destruiriam as economias locais. Agricultores e pecuaristas da Europa inteira agradecem a intervenção de seus governos. Assim, o neo liberalismo é bom como discurso e inviável como prática. Há que se ter, sempre, uma intervenção do Estado para a salvação da lavoura. A subida dos coxinhas ao poder, através do golpe maquiavélico, já começa a dar suas pontadas de neo liberalismo. Enquanto Obama se preocupa em dar uma assistência médica universalista a seus concidadãos, já estamos por aqui mostrando as garras para destruir o já precário e combalido SUS. Na mesma direção, caminha o processo da aposentadoria. Daqui a pouco será a Petrobrás e o pagamento de mensalidades às Universidades Federais. E por aí vai. A privataria do PSDB de FHC já colocou em mãos privadas uma fortuna de ativos nacionais. O PT foi, também, em muitos casos, nessa direção. É só recordar o passado recente. O horizonte de uma nova política para o SUS já nos faz antever que, aquele que não tiver condições de pagar um plano de saúde, morrerá à míngua. Tudo caminha para diminuir o Estado e aumentar a participação da iniciativa privada, aquela sedenta por lucro. O que eu não consigo entender é que as pessoas não percebem que o pagamento de um plano de saúde, de um pedágio nas estradas, de uma mensalidade de uma escola particular e outras cositas mas, são IMPOSTOS ENORMES, que não vão para o Estado, mas sim para instituições lucrativas privadas. E nós reclamamos da carga tributária governamental. Fazer, particularmente, da saúde e da educação instrumentos de lucro é um dos maiores crimes que se pode imputar contra seus cidadãos, em qualquer sociedade. Ensino e saúde nunca deveriam ser matéria prima para o lucro. Mas, para os coxinhas parece-me que é.