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"A Humanidade e o Caos"

As pessoas que se interessam pelo estudo da história da humanidade sofrem em dobro, porque sabem que essa história está sempre permeada pela presença do caos na vida dos humanos. Nunca aprendemos as lições, colocando seriamente em dúvida nossa condição de racionais.

Leituras de Homero, Virgílio, Plutarco, Heródoto, para falar dos antigos e de todos os historiadores da idade média, até os contemporâneos, retratam, basicamente, os dias de caos na e da humanidade, traduzido pelas guerras, fomes, pestes, revoluções, disputas sanguinárias de poder, de acumulação de riquezas e lutas religiosas.

Marx dizia que a história da humanidade é uma história permanente da luta de classes. Eu acrescento, sem querer me comparar minimamente ao gênio Marx, que é, também, uma luta de domínio das nações. São guerras não de cem anos, como as da França e Inglaterra, mas são guerras milenares, contínuas, desde as cavernas.

Caldeus, Assírios, Babilônios, Egípcios, Persas, Lídios, Macedônios, Chineses, Mongóis, Gregos, Romanos, Bárbaros do Ocidente e do Oriente, Ingleses, Franceses, Espanhóis, Russos, Turcos, Árabes, Judeus, Americanos, Japoneses, Alemães, Sírios, bem como todas as religiões e seus deuses, em todos os tempos e formatos, em momentos sucessivos e ininterruptos, viveram e criaram o caos na humanidade, com montanhas de mortos e aleijados, homens e mulheres, crianças, soldados, civis, camponeses e operários, índios, negros e brancos, com absurdos holocaustos, de toda espécie e magnitude. Seres humanos arrancados, expulsos ou fugindo de seus rincões; destruição do meio ambiente, surgimento de novas e inauditas pestes e doenças. É o que sempre se viu e o que agora se vê.

Era de se esperar que a humanidade, com seu reconhecido avanço material, as barbáries fossem gradativamente diminuindo e desaparecendo e o caos dos povos ficasse apenas nas páginas dos livros de história, mostrando aos leitores que tudo aquilo vivido não voltaria a se repetir.

Tristeza. A análise dos fatos e dos cenários de hoje, cada vez mais mostram que tudo se repete e sempre como tragédia cada vez maior. Não sei se isso se deve ao fato desses eventos das guerras, das pestes, das tragédias, das mortes de crianças, dos cataclismos chegarem às nossas casas pelo desenvolvimento da comunicação de massa. O fato é que as cenas dessas barbáries, cada vez mais cruentas e realistas, estão presentes todos os dias em nossa vida, todas as horas, na mesa do café, do almoço e do jantar, nos assustando até em nossos sonhos, não permitindo um sagrado descanso.


Dá-nos a perfeita sensação que o caos é galopante, pleno e irreversível, em todos os cenários, desde ali na esquina até os recantos extremos e distantes do planeta, nos desertos, na camada polar, nas atitudes mais prosaicas do ser humano, como torcer num jogo de futebol ou se divertir numa festa de carnaval. Em tudo o caos se faz presente.

No centro disso tudo está apenas o ser humano. Só ele. Agente destruidor e vítima do caos que provoca. Causa e efeito. Os corruptos, os sedentos de poder e riqueza e os insanos de todos os tipos, continuam agindo com sucesso, contribuindo para a espiral crescente do caos em todas as direções, destruindo padrões éticos de comportamento.

Depois de Hitler, espera-se Donald Trump, em mais um capítulo da insanidade, que poderá ser absolutamente negro na história dos povos. A cegueira continua e nem mesmo um Deus, desses diversos que por aí estão, conseguirá, porque nenhum deles jamais conseguiu em todos os tempos, nos livrar desses demônios humanos. Se formos, também um desses demônios, a inércia nos dá a certeza de que o caminho é inexorável, e nada disso se reverterá. Coitados de nossos pósteros. Se não formos, ainda haverá a esperança de uma grande luta pela sobrevivência do ser humano. Isso está apenas no descortino da alma de cada um. Só e por um fio.

 o MANIFESTo DE LAURO:

 

Lauro Velasco é economista formado pela FEA-USP, mas também é historiador de mão cheia, administrador, educador e auto didata em uma gama de atividades, além de um grande pensador político e social.

 

Nesse espaço iremos abordar assuntos, temas, histórias com um enfoque social e político, mas ao mesmo tempo com uma linguagem simples e fácil de ser entendida e disseminada.

 

E com  esse Manifesto iremos trazer a tona assuntos espinhosos, mas com um tempero bem brasileiro.....

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