"Supremo Tribunal Federal"
Os mais sábios dizem que, enquanto prevalecer o equilíbrio do Poder Judiciário, em qualquer país, sempre haverá a esperança de seu povo, no prevalecimento da lei, por mais escuras que estejam as nuvens. O Judiciário deveria ser o guardião desse equilíbrio, desde que não se contamine com tudo o que o cerca. Não sou jurista de notável saber, nem sequer sou advogado. A razão pura não precisa diplomas. Basta o bom senso. Por ocasião do julgamento do mensalão, o rito adotado... foi uma loucura e confuso, sem que eu tenha a intençao de discutir o mérito das sentenças dos políticos. Creio que não houve equilíbrio nas condenações, no seu todo. Veja, por exemplo, que Marcos Valério foi pego para Cristo. O infeliz agente de publicidade, mero executor de ordens de terceiros, viabilizando mal feitos, foi o cara mais penalizado de todos, com sentença superior a 30 anos, mais do que criminosos condenados por morte violente, estrupo e outras maldades. Seu crime foi apenas de intermediação, viabilização do mecanismo, com os políticos agindo como guias e garantidores. Os verdadeiros bandidos mandantes pegarm penas muito mais suaves. Agora tem o caso do parecer do Ministro Fachin. É absolutamente incompreensível que se acate um voto secreto para um assunto de importância tão maiúscula, que pode desembocar no apeamento da Presidente do poder. Sobretudo, quando se sabe, que esses votos foram obtidos sob o comando de mafioso, corrupto e maquiavélico, presidente da Câmara. A abertura dos votos é princípio de transparência, de assunção de responsabilidade, de comportamento ético. O voto fechado dá a sensação de tráfico de influência, de covardia, de ajustes à margem da lei, e outras ilegitimidades. O ministro foi por esse caminho, incompreensivelmente. Espero que o voto de Fachin não contamine, mais uma vez, a já suspeita imparcialidade do STF. Se isso ocorrer, ficaremos no mato sem carrocho, e, somente os velhos caçadores, sabe o que isso significa.