"Roosevelt e Nós"
Franklin Delano Roosevelt, em minha opinião, foi o maior presidente que os EUA já teve e uma das maiores lideranças mundiais de todos os tempos ( não estranhem um socialista fazendo tais elogios- ele mereceu).
Durante a dramática recessão da década de 1930, consequência da quebra da Bolsa de Nova York em 1929, para evitar uma enorme crise social, decorrente do desemprego, Roosevelt criou uma ousada política de geração de emprego, o New Deal. Essa política consistia em dar trabalho a todos os desempregados, gerando renda e consumo. Era um tal de abrir e manter estradas de ferro e rodagem, limpar ruas, plantar árvores, enfim, gerar serviços em geral para o estado americano. Foi, por isso, rotulado pelos conservadores americanos como socialista/comunista, o que, nos EUA, era um nome tão feio como ter a mãe na zona. Isso até 1939/1940, quando iniciou-se a 2a.guerra mundial. Hitler salvou os EUA. Surpreendente? Sim. Mas, real. O fato é que a partir daí, a indústria norte americana começou a produzir, para si e para outros países, tanques, aviões, fuzis, metralhadoras, submarinos, navios de guerra, munições e, assim, a geração de empregos foi automática, substituindo gradativamente o emprego subsidiado. Depois, os soldados para o front. Em realidade, a 2a. guerra não só salvou os EUA, como fez dela sair como a grande potência hegemônica capitalista do mundo.
Mantidas as devidas proporçoes, a política de desoneração fiscal da indústria brasileira, nos anos 2013/14 e parte de 2015, feita por Dilma e Mantega, esteve na mesma direção de um New Deal, em escala menor, evidentemente. O objetivo era, também, gerar e, sobretudo, manter empregos. Os subsídios dados a essas indústrias, através dessas isenções, ou redução de impostos, estão estimados em cerca de R$ 400 bilhões. Esse dinheiro não arrecadado seria suficiente para eliminar todo déficit primário, bem como eliminar a necessidade das chamadas pedaladas fiscais.
O interesse da FIESP, personificada em seu presidente, Paulo Skaff, um homem sedento de poder, foi nunca ter abordado esse tipo de subsídio, responsável, possivelmente, pelo presente desequilíbrio fiscal. Apenas martirizou Guido Mantega, e hoje coloca Dilma na cruz, esquecendo, deliberadamente o que ela fez no passado em benefícios dessas empresas.
Essa gente nunca será estadista. Skaff tem muito de Eduardo Cunha. Oportunista. Procurarão, apenas, atender seus interesses de classe, suas rendas e seus lucros. O povo que se exploda.